sábado, 10 de abril de 2010

Sempre existe uma outra estória...


Esta semana, encontro um amigo que acompanhando nosso blog, leu o último post. Disse ele: "Aquela senhora poderia ser minha avó! Foi exatamente assim a história dela". Continuando nossa conversa ele me diz que a diferença para ele é que conheceu essa história de um outro ponto de vista. Ele era o neto, filho da filha desta mulher que durante toda a vida lidou com a ambigüidade entre ter tido uma mãe corajosa e que contestou costumes tão arraigados na época e ao mesmo tempo, para que isso tivesse acontecido, havia ficado sem a mãe durante uma grande parte de sua vida. Conversando com ele e conectada com todas as emoções de estórias de vida tão marcantes, cada vez mais gosto de pensar nossas vidas como um eterno fluxo de estórias. Cada uma delas, em momentos e pontos diferentes tem bifurcações, cruzamentos, apresentam dilemas, convidam-nos a viajar por caminhos que podem ser convergentes ou incompatíveis. Nas situações em que antagonismos e polaridades são a tônica, como podem ser os processos do divórcio, podemos ver isso todo o tempo: estórias que fizeram uns felizes, foram dolorosas para outros... Aprender a viver com isso, seguramente leva a algum tipo de sabedoria, é difícil, desafiante, mas quase que certamente, inevitável. Quantas estórias temos em nossas vidas que nunca paramos para pensar em qual a possível estória de outra pessoa sobre ela? Quantas vezes encaramos a estória de outra pessoa sobre nossa estória como inverídica, porque não é igual à nossa? Como ouvimos as estórias de nossos pares, filhos, pais e mães sobre as interseções de nossas vidas com as deles? Quantas vezes nos perguntamos sobre que estórias podem ser as deles?

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