domingo, 15 de novembro de 2009

Quando o outro é o responsável...

Sofrer é inerente a natureza humana. Não sou pessimista, mas o ser humano em algum momento da vida vai esbarrar num sofrimento.
Pensei em falar com vocês especialmente sobre um, que aparece muito na hora da separação de casais.
A separação, de uma forma geral, se dá por desejo ou vontade de um dos parceiros. Pode nascer aí um terrreno fértil para o aparecimento do sentimento que eu gostaria de trocar idéias: o ressentimento.
Vemos na clínica e na vida algumas pessoas que acabaram de se separar e se queixam que o ex é que é o grande culpado por sua dor, que ele estragou sua vida, que perdeu anos dedicado a um casamento para acabar assim...sofrendo, triste, abandonado. Começa a aparecer a figura do ressentido.Tem sempre um alvo para dirigir sua mágoa, que é o ex, com quem tem contas a ajustar. A infelicidade do ressentido é sempre devido a uma atitude de outra pessoa . Ele é a vítima e outro o algoz. Essa equação se enraíza de tal forma, que o ressentido vira um ser ruminante da própria raiva. É incapaz de esquecer ou superar algo que lhe aconteceu, atribuindo sempre ao outro seu sofrimento. As acusações ao outro são constantes, não se percebe um movimento para romper com esse estado de sofrimento.
Será que existe algum ganho em se manter assim? Talvez... não se responsabilizar por sua vida, como todo ser adulto, mantendo-se passivo e delegando sua vida ao outro. A pessoa fica se alimentando de amargura e a sua vida fica estagnada, não percebendo brechas para mudanças.


ps para aqueles que quiserem se aprofundar nesse tema tem ótimo livro de Maria Rita
Kehl,cujo título é Ressentimento, da editora Casa do Psicólogo

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