terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Perguntas sem resposta: oportunidade para ricas conversas!


Mesmo entre os autores contemporâneos que escrevem sobre divórcio não há consenso sobre os efeitos do divórcio a longo prazo para os filhos. O consenso que existe é que o ódio e o conflito continuado entre os pais, sejam eles casados ou não, tem efeitos graves sobre o futuro e as relações de um modo geral dos filhos. no entanto, podemos encontrar autores como Judith Wallerstein que em pesquisa com filhos adultos do divórcio chega à conclusão, falando aos pais: "Penso que você deveria avaliar seriamente a opção de continuarem juntos para o bem dos filhos. Os casais que permaneceram em casamentos infelizes no presente estudo lutaram com todos os problemas que afligem o casamento moderno. Poucos problemas se diluíram com o passar do tempo, mas isso não era o que importava para a maioria desses adultos. Em vista do afeto e da preocupação que pai e mãe tinham pelos filhos, fizeram do cuidado dlees sua prioridade." *
Já no livro de Sylvie Cadolle, ela também aponta para a necessidade de considerar muito os efeitos que a separação pode ter para os filhos, porém afirma: "As crianças não sentem apenas necessidade de um casal parental, mas de um casal parental que as ame". NO entanto, caso o casal decida ficar juntos por causa dos filhos, a autora adverte: "Não se separar mas manter vidas separadas também pode ocorrer caso o casal, ou um dos membros do casal decida aceitar a situação para evitar a ruptura. Viver assim pode fazer com que o cônjuge relutante sofra ainda mais e revelar-se maisdestrutivo em longo prazo do que uma ruptura definitiva. Para as crianças é melhor qque os pais desistam de viver juntos quando não se entendem mais do que fazê-las suportar um ambiente de mentiras e sacrifícios dentro de casa. É evidente que as crianças não se enganam pelas aparências. Inconscientemente, ela sabe quando algo não vai bem entre os pais".**
* Judith Wallerstein - Filhos do divórcio. p. 358
** Sylvie Cadolle - Duas casas para crescer. 25-26.

Claro que estas afirmações assim retiradas do contexto de todo o livro e pesquisa, não pode ser considerada a "opinião" das autoras. Por outro lado, são posições muito comuns no debate sobre o que é melhor para os filhos e sobre quem decide sobre isso. Acho que não hpa uma resposta certa para esta pergunta, como não há para quase nada, mas a possibilidade de questionar, de não ter como certo uma posição ou outra, mas poder pensar sobre isso. Cada pesquisa não só das autoras, renomadas pesquisadoras em suas áreas como de outros tantos pesquisadores apresentam resultados que convergem em determinados aspectos, mas divergem em tantos outros. Depende das perguntas que se faz, da população, da idade. Enfim, de muitas variáveis. Fica lançada a conversa...
Ate´a próxima!

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