domingo, 8 de maio de 2011

Conciliando as novas formas com queridas tradições: quem se atreve?

As separações desalinham os formatos habituais de parentesco em nossa cultura. Pai, mãe, filhos já não estão sempre juntos. Madrastas, padrastos, irmãos de várias combinações de pais e mães, o fenômeno da multiplicação dos avós... São novas formas de conviver em família. O difícil para todos é quando tentamos enquadrar as novas formas dentro das antigas. Ou qualquer das nossas atitudes que não tenham a flexibilidade necessária para acompanhar e criar novas formas de convivência. Temos apego ao que conhecemos. Temos medo daquilo que nos é estranho. Rituais, datas comemorativas tem o sabor da tradição, da repetição daquilo que já sabemos e que nos dá segurança a cada passo. Porém, às vezes as tradições são subvertidas e temos novidades em nossa família. Novos apegos de nossos filhos, novas rotinas também. O fim de semana do pai cai no dia das mães... É tudo encaixadinho com o fim de semana dos filhos da nova mulher do pai, madrasta que, óbvio vai ficar com os filhos e adoraria ficar com os enteados. Afinal, ela também faz o papel de mãe. Enfim, apenas um pequeno exemplo de situação corriqueira, mas que nos exige flexibilidade. Podemos entrar no clima de disputa, ou quem sabe favorecer novas conversas e quem sabe criar realmente novas e surpreendentes formas de convivência. Quem se atreve?
Desejo que mães, pais, filhos, avós, madrastas, padrastos tenham tido hoje um bom dia. Um dia de reconhecimento de todo o valor que tem. Um dia de reconhecimento do quanto uma andorinha não faz verão e que para criar uma criança feliz, ou melhor famílias mais felizes, em conjunto, em rede, é muito melhor e mais fácil para todos.
Boa noite!

2 comentários:

  1. Desse leque de datas faz parte o aniversário dos filhos do casal separado, que pode ser uma ocasião para comemoração, quando as cabeças são saudáveis, e um pretexto para disputa, para catarse de ressentimentos e, consequentemente, de sofrimento inútil para os envolvidos. Diga-se de passagem que, quando se trata de uma cabeça de fato muito torta, esse sofrimento é precisamente a consequência esperada, o objetivo de quem não se conforma com a felicidade alheia. Meu neto está fazendo anos. Quanta alegria! Meu filho, divorciado, no processo de refazer a vida, montou, com a nova companheira, um fim de semana bem festivo, com ênfase no domingo: almoço em família (a dele e a da companheira) num dos restaurantes preferidos do menino, boliche com amigos da escola à tarde, presentes, agrados e beijos. O menino, de sete anos, não cabe em si de contentamento. A mãe, que foi quem pediu a separação, mas agora não engole que o ex-marido esteja feliz, deu ao filho um celular, no qual só permitiu que ele gravasse os telefones dela e da avó materna. Ele me contou, aborrecido, que pediu para gravar o dos avós paternos e ela respondeu que não. Eu perguntei por quê, já que ele tem duas avós, e ele respondeu que usou o mesmo argumento, mas ouviu apenas "porque não". Uma boa receita para empanar uma data alegre, não? Por quê? Me responda quem puder.

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  2. Os ressentimentos tomam caminhos fora da lógica... Algumas vezes, um tanto de reflexão ajuda. Outras vezes, o tempo. Outras vezes tentar estar feliz de novo. Outras vezes só algo inusitado que aconteça e que nos retire da repetição, do re-sentimento que até já se esqueceu porque está ali...

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