quarta-feira, 9 de abril de 2014

Você tem vergonha da separação?


Tomando emprestado um texto que escrevi para  outro site, lanço aqui a questão. Quantos sentimentos ficam atrelados a nós no processo de separação e tem a ver com questões muito mais amplas do que o processo pessoal ou familiar em si que estamos passando... Um deles, é o sentimento de vergonha. Próximo da culpa, mas não o mesmo como vocês podem ver no texto citado acima, ele tem a ver com a sensação total de inadequação aos parâmetros que deveríamos estar cumprindo. Esses parâmetros podem ser sociais, familiares, da mídia (também sociais) e a nossa interpretação de todos esses, tingida de nossa biografia, nossa particular trajetória nesse mundo. Em nossa sociedade individualista, cada um é inteiramente responsável pelos sucessos e fracassos ainda que muitas outras pessoas e instituições participem deles. 
Em uma separação temos vergonha pelo fracasso do projeto, por não ter sido capaz de continuar, por ter desistido, por ter sido abandonada/o o que só diz de nosso valor, ou melhor, de nossa ausência de valor. Temos vergonha do que fazemos e do que fazem conosco. Vergonha de contar que o marido/esposa foi injusto, traiu ou foi violento. Vergonhas posteriores de não conseguir lidar com tudo sozinho, de não ter uma relação dentro de determinados padrões ou de não ter relação nenhuma e estar sozinho o que quer dizer, "ninguém me quer". 
Entre a culpa  e a posição de vítima, precisamos encontrar a co-responsabilidade, as possibilidades e limites de nosso estar no mundo. 
Enfim, esse é o tema do artigo publicado e que lanço para discussão nesse território mais específico de nossas conversas sobre separação.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Eu e nós ou eu versus nós...


Há alguns dias saiu uma entrevista do psicanalista Contardo Calligaris em um site da internet. Lendoa mais recente acabei relendo uma outra antiga entrevista dele. Calligaris, com uma experiência clínica de mais de 40 anos, compartilha algumas ideias que desenvolveu nesse afazer diário. Ele fala de algumas ideias a partir da sua experiência no consultório.

Algumas me chamaram a atenção.Um dos temas mais referidos na sua clínica, vocês já podem imaginar são as relações amorosas, e uma das formas preferidas pela nossa sociedade dessas relações se darem: o casamento. Crítico ácido dessa instituição, Contardo diz, por exemplo que o tema da individualidade tem sido um dos mais importantes nas falas de seus clientes e também tem aumentado consideravelmente de tempos pra cá.
Essa afirmação lembrou-me também de algumas questões que aparecem no consultório e  de algumas passagens do grupo que fiz em 2011 para o doutorado.
O tema da individualidade, da privacidade individual e de como coordenamos as necessidades do eu com o nós tem sido um dos temas mais frequentes nos casamentos e também nas separações. Algumas separações, especialmente entre os mais jovens, vão se dar por uma descontinuidade de projetos comuns ou por uma incompatibilidade de projetos individuais. Sonhos como estudar fora, conhecer outras culturas, experimentar o mundo, são cada vez mais comuns e não adiados ou relegados ao pacote das oportunidades que chegaram tarde na vida. A ascensão profissional ou a realização pessoal convivem ou tentam, pelo menos, com a vontade de estar casado ou ter uma família, ou mesmo uma relação mais estável com um/a parceiro/a. Algumas vezes, isso afeta o projeto a dois ou mesmo, inviabiliza a relação.
Mas nas pessoas mais velhas também os projetos pessoais e a realização contam cada vez mais. A faixa etária onde mais crescem as separações e  em que as taxas de casamento também vem crescendo é entre os 50-60 anos. Nessa faixa onde o casamento já deu sinal de desgaste, os filhos estão longe fisicamente e como projeto de vida do casal, outros ideais se impõem e reavivar a possibilidade de viver relações amorosas tanto dentro como fora do formato casamento, tornam-se muito atraentes. Afinal, metade da vida se foi e, não dá pra ficar vivendo uma situação morna e burocrática.
Por essas e outras,  a equação eu/nós, muitas vezes é vivida como eu x nós.
Um desafio contemporâneo que nos leva a pensar e criar novas formas de nos relacionarmos a partir do amor, novas formas de criar filhos, mas também novas formas de estar no mundo que consigam redefinir individualidade e conexão de formas menos antagônicas.
Abaixo deixo os links das entrevistas de Contardo Calligaris para que vocês possam ler.






terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Uma querida amiga, a Cintia, me enviou esse texto, dizendo que achava que tinha a ver com o blog. Quem sabe, dizia ela, eu gostaria de publicar. Várias coisas me passaram pela cabeça de uma vez. Aí vão elas, não necessariamente em ordem de nascença:
1) Que máximo! Alguém oferece um texto para publicar no blog!
2) Ué... Mas a minha amiga Cintia é casada há milênios, porque cargas d'água resolveu escrever um texto sobre separação?
3)Nem sabia que ela gostava de escrever... E se eu não gostar? Como vou fazer?

Com essas questões na cabeça, um tempo depois, me pus a ler o texto. Ele, realmente, é sobre casamento. Não, não é sobre casamento. Ele é escrito por e sobre alguém que é casada. Que não se separou e não tem a experiência de um divórcio na vida. Mas, realmente ele tem tudo a ver com o blog. Como assim? Em primeiro lugar, é um texto delicado, sincero e singelo. Em segundo lugar, ele parece totalmente encaixado no post anterior que escrevi sobre o ano novo.
Então, agora chega de comentários meus e deixo vocês com o texto de Cintia Lopes Rangel e fico com a curiosidade sobre o que ele evoca em vocês.

Arrumar armário é como se “arrumar” por dentro.

Outro dia, conversando com uma amiga, ela contava que estava separando do terceiro marido e uma das coisas que falei para ela, foi que quando não cabemos mais em alguma roupa temos que tomar alguma atitude e dentre elas podemos: Guardar de recordação, para revê-la de vez enquanto; dar para alguém para não ver mais; dar para alguém que caiba e que seja próximo, para vermos quando for usada; jogar no lixo, pois às vezes já está tão gasta e surrada que só serve mesmo para pano de chão; dar uma reformada para mudar alguma coisa, isso se realmente você gostar dela; ou até ficar usando mesmo pequena.
Sabe macacãozinho de bebê, aquele que cobre o pezinho tamanho recém-nascido, que fica pequeno e as perninhas chegam a ficar encolhidas? Então! Você, pode até continuar usando, mas deve ser muito desconfortável.
Assim, também são os nossos relacionamentos. Quando digo relacionamento, não me refiro somente entre pessoas, penso também em coisas.
Como está seu armário? Bem, como só posso falar do que conheço, vamos ao meu. É um armário alto até o teto, de porta de correr, uma das portas é espelho e a outra é branca. Dentro dele tem de tudo: camisas, calças, saias, biquines, meias, cintos, bermudas, vestidos, joias, calcinhas, casacos, lenços e mais um monte de coisas que você nem imagina.
Hoje particularmente resolvi me desapegar de algumas coisas. Costumo dizer que arrumar armário é como se “arrumar por dentro”.
Tirando as roupas que não me cabiam mais, fiz varias pilhas, aquela que darei para alguém, aquelas para reforma e aquelas que estão pequenas, mas que ainda não quero dar. No meio da bagunça encontrei penduradinho, esquecido lá no canto esquerdo, o meu vestido de casamento. Fui eu que fiz, ele é simples, cinza clarinho, tomara que caia, curto e cheio de pedrinhas tipo cristal coladas. Perto do busto tem mais pedrinhas e à medida que vai descendo diminuem a quantidade.
Pequei nas mãos e fiquei olhando... é, não cabe mais em mim! Os anos passaram e ele ficou pequeno. Pensei em fazer uma reforma, mudar alguma coisa ou até fazer uma saia. Enquanto pensava no que fazer, minha imaginação foi para o meu casamento e fique ali sentada de frente para o armário refletindo nas mudanças. Nos encontros, desencontros e reencontros que tive com o meu marido. Quantas vezes separei e voltei com ele, mentalmente, mesmo sem nunca termos nos separarmos de fato.
Perdi as contas de quantas vezes tive vontade de pegar a roupa que ficou pequena e jogar no lixo. Digo para você que hoje, depois dos filhos já crescidos, e de uma vida de muitas mudanças, em todos os sentidos, só de domicilio foram 10 vezes, esse vestido precisou ser reformado muitas e muitas vezes. Precisei me desapegar do modelo inicial para que ele viesse a caber em mim.
Acho que hoje ele já não é mais cinza e nem tomara que caia. Muitas das pedrinhas brilhantes se descolaram. Se você foi ao meu casamento, é muito provável que não reconheça mais nada daquele vestido, se vir fotos ou ouvir histórias pode ser que sim, porém é preciso um olhar bem aguçado, caridoso e muito sensível para reconhecê-lo. Digo para vocês que valeu a pena as reformas que fiz. Hoje ele está mais leve, mais fluido e mais gostoso de usar...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Começou o ano e com ele, embora seja apenas uma convenção de calendário, nossas esperanças se renovam. Acho interessante, como podemos conjuntamente criar essa energia, a da decisão sobre nosso futuro. Claro, que com o tempo aprendemos que não adianta só desejar, ficar esperando que as coisas aconteçam. Mas, ao desejar, podemos também delimitar focos, imaginar cursos de ação. Investigar nossas possibilidades, obstáculos no caminho. Claro, também aprendemos que não adianta o melhor planejamento, algo sempre vai ser diferente, para o bem e para o mal.
Nesses dias pensamos: esse ano eu vou... me casar, me separar, viajar, ter mais tempo pra mim, ganhar mais dinheiro, dar mais atenção aos meus filhos, etc. etc. e tal.
Todos os anos são cheios de coisas boas e ruins. Alguns tendem mais para um lado do que para outro, mas a maioria, ao final, são anos em que a vida foi exatamente como ela é, cheia de boas notícias, de notícias não tão boas. Com dilemas e desafios, com pequenos milagres e pequenas decisões que fizeram grandes diferenças ou, ao contrário, grandes decisões que fizeram pequenas diferenças.
As separações, costumam fazer grandes diferenças. Mas, também são como a vida, tem muitas coisas difíceis para lidar, montes de aprendizagens à frente, muitas descobertas e novidades, ora agradáveis ora desagradáveis. Muitas pequenas e grandes decisões. Muitos desafios, alguns excitantes outros apavorantes! Mas, como a vida, as separações encontram um lugar em nossa história, ou melhor, cabe a nós encontrarmos um lugar para elas em nossa história.
Pensei hoje nas pessoas para as quais esse ano vai ser o primeiro de uma vida pós-separação, nas outras que estão maturando essa decisão há tempos e ela vai se concretizar esse ano. Em outras ainda, para as quais as separações serão um susto no ano que se inicia.
Para todas eu desejo um ano em que possam ficar tristes por um tempo, se isso for necessário. Se alegrar pelo mesmo tempo, pelo menos, porque isso é muito necessário. Desejo também que não percam de vista que nossas dores nos ensinam e que vêm e vão. Se pudermos pensar na maioria das coisas que nos faziam sofrer há 10 anos atrás, veremos que, possivelmente, a maioria não está mais presente em nós como dor, talvez, apenas como lembrança. Não importa quão agudas foram.
Desejo também que tenham coragem e esperança para trilhar seus caminhos e que nunca percam de vista que boa parte do caminho é feita por nós, portanto, podemos cuidar de nossas escolhas ao trilhá-lo. Cada escolha vai abrir novos caminhos e fechar outros. Nunca poderemos saber exatamente quais se abrem, quais se fecham, mas podemos ter alguns vislumbres. Uma vez um terapeuta, grande mestre para mim, disse: se você sabe o que não fazer, já é um grande passo. Sempre penso nisso. Se, pelo menos, eu sei claramente o que não quero, já ajuda muito. Então, desejo clareza uma boa parte do tempo, mas não todo, porque {as vezes na neblina, em uma certa confusão conseguimos inovar.
Desejo  movimento, porque acredito que movimento é vida e vice-versa e que, se tentamos não nos mover, nos seguramos a ideias, vidas, pessoas, adoecemos. Como dizem os budistas, o desapego é fundamental. Como eu digo, se por milênios tradições diversas vem investindo em maneiras de praticar o desapego é porque é difícil demais! Mas, desejo que todos possamos ao menos lembrar que é difícil e tentar alcançar um pouco mais no caminho.
Enfim, ao fim e ao cabo, desejo que todos possamos simplesmente viver um bom ano e que ao final dele possamos dizer que valeu, que aprendemos e que estamos inteiros, e prontos para continuar!
Tim tim!



segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Então é Natal... diz a música. Época em que a palavra família ecoa nos ouvidos de todos. Época do ano em que porque ele está chegando ao fim, avaliamos nossos feitos e desfeitos. Essa época costuma ser difícil para as pessoas que passaram por separações, especialmente as recentes. O primeiro Natal, com filhos, sem marido, sem filhos, sem mulher, com filhos, sem filhos. Onde? Com quem? Sempre era lá, nunca era cá? Decidir tudo de novo. Se tem uma coisa que as separações promovem é decisões. Tudo o que antes era tradição, implícito torna-se visível, novo de novo.
Mais difícil fica quando tornamos o evento palco de disputas, de ver quem ganha o que, quem ganha mais. Aí, a época que se supõe de congraçamento e amor, vira mais uma confusão na vida dos ex e dos filhos deles. Os acordos de separação, em geral tem cláusulas específicas sobre essa época. Um ano com o pai, outro com a mãe. Dia 24 com um, 25 com outro. Ano novo com um, réveillon com outro. Ok, é importante a igualdade, contanto que as crianças não fiquem divididas ao meio para que os pais se sintam melhores.
Mas, para aqueles que estão sofrendo muito e que vêem nessas datas só uma lembrança do que perderam, quem sabe, fazer algo de totalmente diferente pode ser uma ideia. E, se inventássemos outras tradições? E, se convidássemos as pessoas para outras formas de celebração? E, se convidássemos as crianças a dizer como gostariam que fosse o Natal?
E se não déssemos tanta importância para um dia só no ano e que em duas ou três horas terá passado? E se não ficarmos tão fixados em como deve ser e pudermos explorar formas novas?
É aquela história de fazer uma limonada de um limão... Ou de vários limões, né?
Então, o SerParaAção, deseja a todos muita limonada neste Natal. Renovação, novas conexões conosco mesmos e com outros a sua volta.
Deixo de presente um texto, supostamente de Confúcio, que foi muito compartilhado na internet e acho que tem a ver com essa época e com todas as outras em que temos que lidar com nossas dores.


O SABOR DA DOR

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse. 
- "Qual é o gosto?" perguntou o Mestre. 
- "Ruim" disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
- "Beba um pouco dessa água".
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
- "Qual é o gosto?"
- "Bom!" disse o rapaz
.- Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre?
- "Não" disse o jovem.

O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda.
Mas o sabor da dor depende do lugar onde a colocamos.
Então quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas.
Deixe de ser um copo.
Torne-se um lago...

(Confúcio)



Sejamos mais lagos do que copos em 2014! Ao menos tentamos, né? Rsrsrsr

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ONDE ESTA PAPAI?


                                                                                 

Recentemente lembrei-me do livro de ilustrações Onde Está Wally? ; foi no momento em que escutei Maria contando, com tristeza e indignação, que seu pai havia desaparecido de sua vida após divorciar-se de sua mãe, mas que ele havia assumido emocional e financeiramente a criação dos dois filhos de sua nova companheira.

O livro é destinado ao público infanto juvenil e vem fazendo sucesso desde seu surgimento no final dos anos 80. Nele, o leitor encontra ilustrações que ocupam duas páginas inteiras, nas quais em algum lugar esta Wally, personagem central da serie que sempre se veste com uma camisa listrada em vermelho e branco. O desafio do livro/jogo é localizar o Wally no meio da multidão de personagens que compõe a cena ilustrada. Um livro que exercita nossa percepção: nossa capacidade de ver/encontrar algo perdido, alguém que está coberto por um véu, mas que esta na cena, podendo ser encontrado a qualquer momento.

O que pode levar um pai a ficar desaparecido para seus filhos biológicos, e com presença tão luminosa na vida dos filhos de outro homem?

Tem-se  identificado alguns motivos para  pais transformarem-se em Wallys em cenários de divórcio: i) crenças em modelo de parentalidade atrelada a uma convivência entre os pais, acarretando numa inabilidade de pais e mães inventarem novas formas de convivência com os filhos após o divórcio; ii) ideias culturalmente difundidas de que só as mulheres / mães sabem cuidar dos filhos e de que os homens são, “por natureza”, menos preparados para cuidar das crianças; iii) uma cultura jurídica que privilegia o litigio, uma lógica onde só pode existir um que ganha e um que perde. Nesta lógica as especificidades das questões de família são desconsideradas, ninguém se dá conta de que a perda da convivência com um dos pais torna crianças e adultos perdedores do sal da vida.

Percebo que situações como a de Maria têm sido cada vez menos frequentes e, que hoje ela pode observar outros modelos de divórcio onde as crianças podem localizar papai Wally por meio da certeza que ele esta lá; bastando seu olhar para encontrá-lo. Esta certeza vem da presença atenta e constante de ambos os pais no cotidiano dos filhos. Para quem gosta de ter noticias sobre estas boas experiências, sugiro a busca no site do canal GNT, o Programa “QUE MARRAVILHA!”, do dia 5/12/2013; neste episódio um pai recém-divorciado procura o cozinheiro Claude para aprender a cozinhar para sua filha de 9 anos de idade.
Quem sabe Maria, inspirada por estas outras histórias, fica animada a buscar e localizar Wally no meio da multidão de personagens que compõem a cena da sua vida?

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013


Um pouco de humor pra falar de um assunto pouco falado nos textos oficiais. Os bens afetivos. Já falamos disso aqui no blog há pouco tempo, mas nunca é demais. Amigos, amigos, divórcios à parte...


Divisão de bens