
Quando acontece a separação do casal, todos os envolvidos de alguma forma com essa relação, perdem referências, redes, estruturas de apoio, papéis sociais, etc..
Temos observado na clínica e na vida cotidiana que o divórcio vem acompanhado de uma reformulação das redes sociais, que muitas vezes é lenta e pode ser dificultada ou facilitada por inúmeros fatores como a idade, o gênero, a ocupação, a pré-existência de uma rede anterior, família de origem entre outros. A forma como a vida social nos grandes centros está organizada não promove muitas vezes o amparo e a facilitação necessários nestes momentos. Atualmente são poucos os espaços de convivência e reflexão.
As mulheres, homens e seus filhos que passam pelo processo de divórcio se deparam com dificuldades significativas: ter que construir novas identidades como mulher, como homem, como mãe, como pai, como filhos, como netos, sobrinhos, amigos, ex-mulher, ex-marido e muitas outras. Este pode ser um momento de muita solidão. Por outro lado é um momento que propicia mudanças bastante profícuas se pudermos utilizar a dor e o desconforto de todas estas situações como alavancas para novos contextos e identidades mais sintônicas com as aspirações de cada um.