Há pouco tempo atrás, nas redes sociais foi veiculada uma polêmica discussão sobre o que é uma família, baseada, se não me engano em uma propaganda de uma partido político que definia a família como um homem, uma mulher e filhos. Houve uma indignação em defesa de outras formas de relacionamento humano que são famílias como as famílias em que o casal é formado por dois homens e duas mulheres. A reflexão que tenho hoje é, independente do sexo das pessoas que decidem inaugurar uma família, como fica a parentalidade após uma separação. Por parentalidade, entendo a tarefa, o lugar, tando do pai como da mãe junto a seus filhos. É uma palavra meio nova e que junta a maternidade e a paternidade.
Quando há a separação dos pais de uma criança, o exercício da parentalidade é um desafio complexo. Cada um em uma casa, muitas vezes sem a possibilidade de conversar sobre os filhos. A disjunção entre a parentalidade e a conjugalidade é um dos maiores nós com que lidamos nas separações e divórcios... É muito difícil separar, especialmente, sob grande emoção, o seu (sua) ex do pai (mãe) dos seus filhos. Para as crianças ou não tão crianças que tem os pais separados, é a garantia de um processo melhor com desdobramentos mais suaves. Os pais e mães que moram sozinhos com seus filhos e aqueles que não residem com eles, mas convivem de outras formas, criam a cada dia novas maneiras de exercer a parentalidade que não a clássica em que pais e mães moram juntos. E, quando se agregam novos companheiros, filhos de outras uniões destes a configuração vai ficando cada vez mais parecida com uma grande teia. Temos de novo famílias grandes, com quatro, cinco filhos ou mais...
As clássicas formas, boas ou não, que aprendemos, não funcionam com tanta facilidade. A distribuição de autoridade, de responsabilidade, de afetividade, às vezes fica complicada. Hoje em dia, criou-se até um novo nome para isso: a pluriparentalidade. A palavra é até difícil de falar. De viver, então...
Mas, complexo, não quer dizer ruim ou impossível. Quer dizer que, como as relações humanas em geral, dá trabalho... Existem inúmeras famílias de segundo, terceiro, etc. casamento que são felizes e experimentam a criação de relações de afeto, confiança, solidariedade e inclusão. Em outras, os caminhos são mais difíceis e às vezes precisam de ajuda para não criar, ao contrário, rompimentos, mágoas e dores que não cicatrizam. Aprender uns com os outros é um recurso muito útil nesses momentos. Que tal usar? Podemos perguntar, nos juntar e conversar.
domingo, 4 de dezembro de 2011
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