terça-feira, 16 de agosto de 2011

SuperAção

As segundas-feiras parece que tudo fica mais difícil, depois de um fim de semana sem muita obrigação, eis que me deparo com uma segunda daquelas, com trabalho atrasado, tendo que fazer compras de casa, atender no consultório e por fim, um jantar de uma querida amiga. Lá fui eu juntando meus pedaços cansados. Mas a amiga é muito querida e merece todo meu esforço. No restaurante, poucas amigas tinham chegado,sentei ao lado de Maria, que não conhecia.

Conversa vai, conversa vem, eis que Maria me conta que tinha se separado com 36 anos de casada... Este tipo de assunto me toca e todo meu cansaço sumiu. Fico ouvinte nestes momentos, para não dar bola fora. Estudo este assunto “separação “com muito afinco, e afinal estou num jantar e não num grupo de estudos. Mas Maria me envolveu de tal forma, que virei uma presa fácil.

A história é triste. Maria ficou internada por muitos meses, por conta de uma doença grave. Quando voltou para casa recuperada, teve que se readaptar a várias situações, inclusive a que o marido, neste tempo, tinha se envolvido com outra mulher e pediu o divórcio. Maria me conta que no início queria morrer, sofreu muito, mas precisava se cuidar pois a doença ainda lhe exigia certos controles. Passou tempos chorando, lágrimas em profusão. Mas como muitas mulheres, não queria que as filhas sofressem mais do que já tinham sofrido por ela.

A pergunta que me fiz, de que “material” são feitas algumas pessoas que superam tanta dor? E conseguem dar a volta por cima e tempo depois, se sentarem a mesa de um restaurante com toda dignidade, e serem bonitas, arrumadas, simpáticas e risonhas? O que faz com que algumas pessoas superem situações impensáveis por tantas outras? Amor? Força? Capacidade de se reinventar? Capacidade de ter um olhar no futuro? Capacidade de lidar com a imperfeição da vida e dos seres humanos?
São atitudes como esta relatada, que chamamos de superAção, mas de que/quem ela depende?

Para pensar....



Um comentário:

  1. Amiga, eu, aqui debaixo, da minha pouca experiência, diria que as MÃES são revestidas por uma capa protetora de um material altamente maleável, capaz de sofrer choques tremendos. Não são inabaláveis: Caem, se ferem, mas levantam e se moldam ao novo espaço que lhes cabe.
    Um grande beijo, Isis.

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